quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sem paciência pra titulo

Um dia, em um futuro não muito distante, tu vai estar sozinho. Não que tu não já seja totalmente sozinho. Mas vai chegar o dia em que tu vai estar deitado na tua cama, vai fechar os olhos e tudo vai estar negro, então tu vai perceber o quanto esta só. Vai pegar o celular e todos aqueles milhões de numeros da tua agenda passarão claramente na tua frente e tu vai ver que não tem nenhum numero mais pra discar. Ninguem que atenderia o telefone só pra conversar, só pra falar merda por uma hora e fazer o mundo parecer menos chato. Talvez tu até tente ligar pra um ou dois amigos, aqueles de sempre. E dai eles vão vir com aquelas conversinhas vazias de sempre, tu vai fingir que esta super interessado nas conversinhas vazias de sempre, depois de 5 minutos vai desligar e ver como é triste essa tua vida de gente falsa e interesseira. E tu vai sentir vontade de gritar chamando alguem pra te fazer companhia, mas não vai haver ninguem solidário o bastante pra largar tudo e sair correndo só pra te dar um abraço demorado e te colocar no colo e ficar mexendo no teu cabelo até fazer o mundo parar de girar e tu se sentir quietinho e confortavel. Não vai ter ninguem pra ouvir o teu choro infantil com toda a paciencia do mundo. Ninguem vai estar nem ai se teus pais foram maus contigo, se tua infancia não foi tao boa assim, ou se tu tem traumas por ter sido gordinho.E sei lá, talvez tu tenha vontade de assistir um filme, ou mostrar pra alguem algum dos filmes que tu gosta, quem sabe até mesmo fazer uma lista de todos os filmes legais que tu quer mostrar. Mas não, não vai ter um só corpo que queria fazer isso. Dai tu vai perceber que só uma pessoa é legal o suficiente pra fazer coisas tão legais pra ti. E tu vai sentir vontade de sair da cama, ir pra algum lugar inesperado, fazer alguma coisa totalmente aleatória mas vai desistir da idéia algum tempo depois, depois de lembrar que tu está sozinho. Que ninguem tem vontade de verdade de sair contigo. Que na verdade tu é chato, e que, se não for por algum interesse da outra parte, tu vai ter que sair com o teu cachorro mesmo, já que ele nem sequer ouve o que tu diz e é o unico que fica feliz só em te ver. Talvez tu até saia, se encontre com algumas pessoas ridiculas que falam mal de ti quando tu vira as costas. Que gostam de pedir as coisas mas vivem falando por ai que te acham um mongolão. Dai tu vai pensar em alguma coisa engraçada, vai querer fazer piada sobre alguma coisa, ou fazer algum comentario sarcastico sobre alguem. Mas vai guardar pra ti. Porque tu sabe que ninguem vai rir, porque sabe que todo mundo vai achar idiota e desnecessario. E, porque tu sabe que só uma pessoa no mundo ria contigo um riso verdadeiro. E porque lá no fundo tu sabe que só existiu uma pessoa nessa cidade chata com quem tu podia falar o que quisesse sem medo algum. E tu vai querer fazer tantas, mas tantas coisas e não vai poder fazer nenhuma. E vai ligar o rádio e só são ter algumas musicas se repitindo: as nossas. E nesse momento, quando tu te ver perdido, sem ninguem que te entenda de verdade, dai, talvez, virão subitas memórias de nós. A minha preucupação, meus beijos, meus abraços, minha risada e até a minha vergonha de pegar onibus. E um novo momento vai surgir. O momento em que tu vai sentir uma angustia no peito terrivel, e vai desejar com cada pedacinho da tua alma o nosso mundo delicioso de volta. Vai querer com cada pingo dolorido da bile do teu figado a nossa vida de volta. E dai, dai sim vai ser triste. Lamento te dizer mas o nome de tudo isso vai ser saudade. Aquilo que eu tinha tanto, aquilo que inclusive cheguei a te falar algumas vezes e tu se achou bom depois pra dizer pra mim que tambem tinha. E quando tu finalmente discar o meu numero, ele vai estar ocupado demais com tantas outras ligações mais importantes, ou nem vai mais ser o mesmo, ou até mesmo que eu nem vou mais querer te atender. E quando tu tentar me encontrar, vai ver que eu estou longe demais em outra nova vida. E então os teus olhos vão te ensinar o que são lagrimas de verdade, aquelas que chegam a arder quando caem, aquelas que tu me viu derramar quando tu prefeiriu negar a verdade e viver a vida que teus amigos, que nem gostam de ti de verdade, queriam pra ti. E o nome do enjoo terrivel que tu vai sentir vai se chamar arrependimento, e a falta de apetite vai se chamar remorso. E então, quando mais dias se passarem, e eu continuar sem te querer, quando nada mais de bom de acontecer, quando tu perceber o quanto a tua vida é sem graça e vazia, e ninguem mais te olhar com os meus olhos encantados tu vai encontrar a tão famosa solidão. Apartir daí, o que vai acontecer é surpresa. E provavelmente o remédio para todas essas coisas acima... vai ser o tal te tempo que tu tanto gosta de falar. E ah, boa sorte, sinceramente, tu vai precisar.

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