domingo, 31 de maio de 2009

30 maio

Hoje assim, sem mais nem menos, vai fazer exatamente um ano desde a segunda vez que eu te beijei. Isso mesmo, segunda vez, sou boa em datas. Você, provavelmente, não deve nem se lembrar disso. Essa hora deve estar com alguma dessas guriazinhas feias, infantis, sem graça e principalmente sem assunto que você acha o maximo. Mas não é como se eu me importasse muito, acho muitissimo idiota só. Mas é que hoje faz um ano sabe, e datas me deixam sentimetal. Quase nem me lembro mais de você, nunca mais fiquei triste, nuunca mais chorei, deve fazer mais de um mes que não entro no seu orkut e nunca mais fiz de você meu assunto principal na terapia. Porque por favor né, minha vida é bem melhor e mais interessante do que isso. Mas é que hoje, hoje, justamente hoje, faz um ano. E acho que vou sempre ficar assim em datas que marcaram algo em nossas vidas. Sei lá, lembrar de como a gente era feliz e agora não é mais nada. Como eu vivia em uma falsa felicidade feita de plástico. E como eu gostava de tanta falsidade. E como hoje eu vejo que muito melhor é viver na realidade, por pior ou melhor que ela seja.A um ano atras, a essa hora, eu lembro bem, estavamos os dois na festa mais ridicula de Porto Alegre. Cheguei antes e fiquei te procurando. Te vi mas depois tu desapareceu. Quando nos vimos denovo simplismente nos agarramos como se não tivesse mais ninguem ali, como se toda aquela piazada ridicula tivesse desaparecido, como se aquele lugar não estivesse lotado e como se ninguem estivesse nos empurrando pra fora dali. E foi lindo. Passamos o resto da noite rindo. Era como eu já te conhecesse a anos, não tive vergonha. Nunca em toda minha vida eu tinha falado tanta merda pra alguem que eu conhecia a tão pouco tempo e nunca, em toda minha vida, alguem tinha entendido de verdade todas aquelas merdas e rido comigo, e falado mais merda ainda. Eu te amei desde aquela noite. Eu queria ter aquela noite pra sempre. Se um duende aparece aqui no meu quarto agora e dissese que eu tinha um pedido eu iria pedir que todas as noites fossem que nem aquela. Mesmo que estivesse frio pra caralho, e eu odeio frio. Será que tu consegue entender o tamanho disso? Tu fez a noite mais fria do ano, com as pessoas mais chatas da cidade, ser a noite mais legal. Como isso meu deus, como? E foi por isso que eu te amei. Te amei a exatamente um ano atras. E como me dói pensar que hoje tambem tava muuito frio, e eu tive uma noite muuito legal, mas não foi contigo. A não muito tempo atras, eu jurava que hoje, nessa data, estariamos os dois embaixo do coBERtor, comendo massa e tomando vinho, vendo algum filme da nossa lista de filmes pra ver juntos e lembrando dessa mesma noite a exatamente um ano atras. Mas, infelizmente ou muito felizmente não é o que aconteceu. Mas, pensando por outro lado. É isso que faz a vida um mistério, essa coisa de não saber a noite de amanhã. Tudo muda. Pessoas mudam, relacionamentos mudam, ciclos se iniciam e se fecham. E não ha nada que a gente possa fazer sobre isso, nada. Te amei sim, e muito, mais do que pensei que suportaria amar alguem. E por isso eu vou ser sempre grata, seja dentro de um ano ou dez.Mas agora chega. Pronto, meia noite agora, passou. Graças a deus. Não é mais nosso aniversario de segunda vez e, pra te falar a verdade, eu já não sofro mais o nosso fim e as nossas datas faz tempo. E a proxima data é só em agosto, então tenho bastante tempo pra me prencher com muitas outras coisas e quando chegar o dia, eu talvez, nem me lembrar que chegou.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

fazer o que.

Agora, nesse segundo que corri aqui pra te escrever, nesse momento não existe essa coisa de dia e de dois meses exatos. Existe só que vamos todos morrer então pra que mesmo o orgulho de sair ileso mais um dia. Mais um dia ileso. Como se não fosse cheios de feridas que raspamos com as costas das mãos as nossas roupas de guerra e dormimos em paz. Outro dia tive uma ideia. A cada onze dias, perto das onze horas da noite, eu chegaria sem dizer nada e você também não poderia dizer nada. E então a gente só ficaria se lambendo um pouco. E aqui não tem nada de erótico não, é bonito isso que eu quero dizer. E depois acabava mesmo. E a cada onze dias de novo. E isso seria um contrato já que meu doentinho daqui da cabeça quer tanto. Pro resto da vida. E tudo bem pra você, vai. Sim, seria um contrato, mas olha que maravilha os outros onze dias sem nada. E seria só por uma hora. Então, tudo bem. Acho que você assinaria. Hoje eu estava no estacionamento do aeroporto e fiquei seguindo as plaquinhas de saída e vi que é isso que faço melhor do que ninguém. São tantas as coisas que eu queria te falar e contar. E eu sigo fantasiando que você entende tudo e melhor que todo mundo. E isso acaba comigo mas, ao mesmo tempo, me tira um pouco da chatice burra e apática de sempre. E então, me vem a ideia de realmente te contar as coisas. E por isso escrevo. Porque se você entra aqui pra ler é você que, com todo o meu amor que você nem imagina, consegue sentir como sendo seu. E então é mesmo essa coisa maluca de eu me livrar do que eu nem sei se sinto pra você, sem nem saber se sente, sentir o que já estava aí esse tempo todo. A troca do absurdo. Nisso trocamos. O absurdo.
São, sei lá, duas e pouco da manhã. Passo boa parte de tudo sem doer, sem sentir tão forte. Às vezes nem parece que aconteceu. Mas o tempo todo, ainda, converso e te mostro tudo, o tempo todo. O tempo todo. O tempo todo. Não porque sou sozinha. Não porque era menos sozinha com você. Apenas porque apenas. O maior elogio que eu poderia fazer a uma pessoa era dizer assim: gosto de você além da minha imaginação, não porque aprendi a gostar, mas porque por mais que eu sonhe, você é ainda melhor que o sonho. Você é além da minha capacidade em te imaginar. E eu jamais te diria isso. Não posso te fazer esse elogio. Mas olha, ainda assim, olha eu aqui de novo. Porque você não é melhor que a minha imaginação, você não é melhor que a minha esperança, você, pra falar a verdade, é bem ruinzinho. Mas é isso. E eu mais uma vez preferindo não sair ilesa pra me sentir menos machucada. Você pode, a cada onze dias, ler um texto, a língua, brincar do não abismo, qualquer coisa, só ler, continuar assim, só ler, não me esquece, por favor. Eu nunca vou esquecer você. Eu não soube o que fazer com você, mas sei o que fazer com o não você. Isso eu sei fazer e faço bem. Lembrar que era terrível e incrível. Terrível, meu amor, como poucas (ou nenhuma) coisas foram. Mas absolutamente incrível.
E sim, é pra você mesmo. Não deveria ser, mas é.
( eu ainda, provavelmente, vou me arrepender de ter publicado isso.)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

insonia

Dormi as 23h, acordei as 3h e não vou mais conseguir dormir hoje. Resolvi publicar os textos que me fizeram entender/superar/admitir a pior/melhor/mais esclarecedora fase da minha vida. and why not?

"(...)A verdade é que me enchi. De você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça. Não tem sentido continuarmos dessa maneira. Eu, nessa constante agonia, o tempo todo imaginando como você vai estar. E você, numas horas doce, noutras me tratando como lixo. Não sou lixo. Tampouco quero a doçura dos culpados, artificial como aspartame. Fico pensando como chegamos a esse ponto. Como nos permitimos deixar nosso amor acabar nesse estado, vendido e desconfiado. Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser. Não quero mais nada que exista no mundo por sua interferência. Não quero mais rastros de você no meu banheiro. Assim, chega. Chega de brigas, de berros, de chutes nos móveis. Chega de climas, de choros, de silêncios abismais. Para quê, me diz? O que, afinal, eu ganho com isso? A companhia de uma pessoa amarga, que já nem quer mais estar ali, ao meu lado, mas em outro lugar? O tédio a dois - essa é a minha parte no negócio? Sinceramente, abro mão. Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando. Mas antes faço questão de te dizer três coisas.
Primeira: você não é tão interessante quanto pensa. Não mesmo. Tive bem mais decepções do que surpresas durante o tempo em que estivemos juntos.
Segunda: não vou sentir falta do teu corpo. Já tive melhores, posso ter novamente, provavelmente terei. Possivelmente ainda esta semana.
Terceira: fiquei com um certo nojo de você. Não sei por quê, mas sua lembrança, hoje, me dá asco. Quando eu quiser dar uma emagrecida, vou voltar a pensar em você por uns dias."